Onde está a proteína?
É verdade que adoptando uma alimentação base vegetal o cuidado com a ingestão de alimentos que proporcionem uma fonte de nutrientes diversificados, deve, em alguns aspectos, ser maior, mas o cuidado com uma dieta rica e variada deveria existir em qualquer outro padrão de alimentação. Sendo realistas, qual é o omnívoro, excluindo casos particulares em que a saúde ou a actividade física assim o exija, que se preocupa com a quantidade de nutrientes que já ingeriu ou deixou de ingerir? O défice de proteína traz complicações, mas o excesso do seu consumo também. Existe um limite na capacidade do corpo metabolizar a proteína e tudo o que seja acima desse limite pode trazer complicações, nomeadamente aos rins. A proteína que não é utilizada, além de alterar a glicémia, é eliminada pelos rins sobrecarregando as suas funções. O consumo recomendado de proteína para um individuo adulto e saudável é de 0,8 gramas por cada quilograma de peso.
Exemplo: 0,8 gramas de proteína*70 kg de peso= 56 grama de proteína a ingerir por dia
As proteínas são constituídas por cadeias de aminoácidos e, esses sim, são os que desempenham o papel principal como nutrientes, dividindo-se em dois grupos: os essenciais e os não essenciais. Os não essenciais são produzidos no nosso organismo, e os essenciais, nove ao todo, só podem ser obtidos através de fontes externas. Se numa alimentação omnívora a carne disponibiliza todo o tipo de aminoácidos essenciais, numa alimentação vegetariana conseguimos satisfazer a mesma necessidade conjugando vários produtos alimentares. Requer uma maior diversificação, o que também leva a uma alimentação mais consciente e seguramente menos monótona. Não ingerimos gordura animal, há muito identificada como principal causa de doenças cardiovasculares, vários tipos de cancro e diabetes, e obtemos, além dos aminoácidos necessários, uma maior quantidade de outros nutrientes importantes, que de outra forma são desprezados.
Na tabela abaixo podemos ver os nove aminoácidos essenciais e as fontes vegetais de onde é possível obtê-los:
O cogumelo, pertencente à classe dos fungos, é uma excelente fonte de proteína, em especial de um aminoácido, a ergotioneína, descoberto há mais de um século e ignorado até recentemente. A ergotioneína parece funcionar como um potente antioxidante que protege em particular o ADN da mitocôndria, um orgão celular vital, responsável pelo fornecimento de energia para todas as atividades e respiração das células. Também o feijão preto é rico neste aminoácido.
Na foto, peixinhos da horta com arroz de feijão encarnado e ervilhas.
Fontes:
https://www.hsph.harvard.edu/nutritionsource/what-should-you-eat/protein/
https://www.hsph.harvard.edu/nutritionsource/dietary-fat-and-disease/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Prote%C3%ADnahttps://
http://nutritionfacts.org/video/do-vegetarians-get-enough-protein/
http://nutritionfacts.org/?fwp_search=mushroom&fwp_content_type=video